terça-feira, 20 de abril de 2010

EDUCANDO PARA A PAZ

Por equipe da ASPAN

SÃO BORJA-RS - Promovido pela Parceiros Voluntários e ACISB, com apoio da ASPAN e de outras entidades, foi realizado evento com o tema EDUCANDO PARA A PAZ, em data de 15/04/2010. Na oportunidade dezenas de crianças e adolescentes das ASEMAS, Centro de Formação Tereza Verzeri e GIAMA participaram de um ato público em favor da paz e da preservação do meio ambiente. No dia 15 de Abril comemora-se o Dia da Conservação do Solo e coube ao presidente da ASPAN, engenheiro agrônomo Darci Bergmann palestrar sobre o tema meio ambiente. A ASPAN distribuiu mudas de jaboticabeira – Myrciaria cauliflora, simbolizando a importância da arborização urbana e rural. As crianças fizeram armas de brinquedo, tais como espadas, revólveres e estilingues que foram depois trocados por outros brinquedos que não incitam à violência. Em sua alocução Darci Bergmann lamentou que, desde os bancos escolares, tenha aprendido letras de canções que incitam a violência contra os animais. Citou especialmente aquela estrofe ATIREI O PAU NO GATO, MAS O GATO NÂO MORREU, constante de uma canção que por décadas incitou a violência contra os animais e em decorrência prestou um desserviço à paz. Referiu ainda que no universo do nativismo, em meio a tantas canções que exaltam a natureza, existem algumas letras que ainda fazem um juízo equivocado sobre alguns animais silvestres e do seu papel no meio ambiente. O canídeo conhecido como sorro ou graxaim é citado em algumas canções como predador de cordeiros e de galinhas. No entanto, esquecem-se de que esse animal tem importante papel no equilíbrio ecológico, sendo disseminador de várias espécies de plantas nativas frutíferas. Quando ingerem os frutos dessas plantas, os sorros espalham as suas sementes junto com os excrementos. Ao ver crianças com estilingues também conhecidos como bodoques, Darci citou que um há festival de música nativista em Santo Antônio das Missões denominado Bodocaço da Canção. Os promotores daquele evento poderiam fazer um gesto mais consoante com a paz e trocar o nome desse festival, sugeriu Darci.


Com relação ao lixo, o palestrante enfocou o comportamento de algumas pessoas de jogarem lixo em qualquer lugar sem pensar nas conseqüências disso no solo, na água e no ambiente em geral. Propôs um pacto às crianças ali presentes para que não jogassem mais lixo nas ruas. Enfatizou que é preciso mais do que isso. Além da reciclagem é preciso reduzir a quantidade de lixo produzido pelas pessoas. Darci citou alguns exemplos de atitudes que podem contribuir para isso. As escolas e outras instituições precisam o sentido prático da educação ambiental. Já passou a época de só ficarmos fazendo cartazes para os eventos e depois tudo é esquecido. É preciso educar os novos consumidores sobre a sua responsabilidade com o meio ambiente. Isso envolve o conjunto de todos os educadores, educandos e os pais, finalizou Darci.



Fotos: Arquivo da ASPAN. A superior mostra palestra do engenheiro agrônomo Darci Bergmann no dia 15/04/2010 no evento Educando para a Paz. Na de baixo atividades do Projeto SEMEAR, da ASPAN, com alunos do SENAC. Preservação ambiental tem tudo a ver com paz.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai

A ASPAN foi convidada para fazer parte do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai, conforme correspondência a baixo:



RESPOSTA DA ASPAN

REF. CIRC.GAB.01/06/2010 São Borja, 12 de abril de 2010.

Procedimento nº 1.29.011.000077/2004-19

Excelentíssimo Sr. Procurador da República,

Em atenção à correspondência acima referida em que é solicitada a manifestação da ASPAN sobre a participação no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai, a diretoria da entidade, reunida em 10/04/2010, decidiu não fazer parte do Comitê, pelas razões seguintes:

1) A entidade já vem desenvolvendo projetos e atividades que de alguma forma se inserem na tentativa de preservação do Rio Uruguai e da sua bacia. A ASPAN já participa do Comitê de Gerenciamento da Bacia dos Rios Butuí e Icamaquã.

2) A participação em mais um comitê exige recursos para deslocamento, estadia e tempo que a entidade e seus membros não dispõem para alavancar uma representação que seria meramente figurativa, sem poder de fato para mudar certos procedimentos dos poderes constituídos. Em outras palavras, o enfoque oficial nunca foi o da preservação ambiental, apesar de toda a retórica em torno do assunto. A Bacia do Rio Uruguai não é apenas o Rio em si, mas o conjunto de todos os ecossistemas, o somatório de micro e macro-bacias. Uma simples vertente, um banhado, a mata ciliar remanescente, a questão dos esgotos e resíduos sólidos, a impermeabilização do solo, os agrotóxicos e a expansão desenfreada das cidades se relacionam à preservação do Rio Uruguai.

3) Desde a sua fundação, um grupo de voluntários, sem compensações financeiras, desenvolveu esforços em atividades de educação ambiental, pequenos projetos de reposição florestal e posicionamento em relação a várias questões ambientais na comunidade e região. Já antes, em 1977, foi desenvolvido por este signatário, o Projeto Plante Uma Vida, Plante Uma Árvore, iniciativa pessoal, sem um único centavo de recurso público e que de certa maneira deu origem à própria ASPAN. Achava-se que a criação de uma ONG ambientalista resultaria em maior força de representação junto às autoridades, aí incluídos o Executivo, Judiciário e até o Ministério Público Federal e Estadual. A ASPAN foi, de fato, decisiva em algumas ações que impediram o agravamento da degradação ambiental em casos específicos. No aspecto mais regional, a entidade elencou algumas prioridades. Engajou-se na defesa da implantação da Reserva Biológica de São Donato, criada pelo decreto estadual nº 23.798, em 12/03/1975 e deixada à sanha de grileiros, da caça e desmatamento criminosos. Foram anos de mobilização, viagens, enfrentamentos, até que em 1997, a entidade impetrou ação contra o Estado do Rio Grande do Sul, exigindo a implantação, de fato, dessa unidade de conservação. A decisão corajosa da Juíza Drª Rosmari Girardi e a confirmação da sentença pelo Tribunal de Justiça, condenando o Estado, não foram garantia, até hoje, da implantação efetiva da Reserva Biológica de São Donato. O pouco que resta dessa UC talvez permita a recuperação de boa parte do ecossistema degradado, mas levará anos para tal e a um custo maior ainda.

4) Outra questão que se revelou crucial é o uso abusivo de agrotóxicos e da aviação agrícola. Ao longo dos anos, a entidade recebeu relatos de centenas de pessoas prejudicadas pelas derivas dos agrotóxicos. Foram anos de vistorias em pequenas e grandes propriedades, constatando-se perdas de lavouras de subsistência, dificuldade na diversificação de culturas e muitos prejuízos ao meio ambiente. O interesse difuso da sociedade estava ali caracterizado. A ASPAN, além de orientar pessoas atingidas por essa agressão ambiental, encaminhou abaixo-assinado ao MPE, solicitando que o assunto fosse objeto de audiência pública, até agora não realizada. Também havia a questão envolvendo o registro de alguns agrotóxicos, cujas características não permitem o uso seguro. É o caso do Clomazone, herbicida usado na cultura do arroz, fumo, cana-de-açúcar, entre outras. O nome comercial mais conhecido na região é Gamit ou Gamit 360 CS. Deste fato o MPF recebeu expediente, tendo sido aberto procedimento de nº 1.29.011.000007/2009-75. A ASPAN propôs e ainda propõe a suspensão dos registros dos produtos que contenham princípio ativo Clomazone, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Da forma como está, o registro apenas legaliza a degradação ambiental que o Clomazone está causando na biota. De estranhar que o IBAMA não tome nenhuma iniciativa própria para pelo menos vistoriar a zona rural e constatar o que está ocorrendo. Afinal, o IBAMA tem que receber manifestação de alguma ONG para agir? A questão dos agrotóxicos na Bacia do Rio Uruguai é dramática. E envolve muitos interesses, especialmente de algumas empresas, grandes revendas e a aviação agrícola. Sempre passaram a idéia à opinião pública que há rigorosos critérios para o registro de tais produtos, quando na verdade apresentam os dados de pesquisa que lhes interessam, omitindo outras informações. A aviação agrícola, atividade com a qual tive estreito contato por dois anos, é a maior poluidora e causadora de deriva. Só o MAPA, a quem compete fiscalização, não percebe as irregularidades que envolvem esse setor. No papel simulam uma observância das normas operacionais, mas no campo a realidade é outra, porque o interesse do lucro não respeita o meio ambiente. Apregoam os seus arautos que os pilotos fazem cursos específicos na área ambiental, mas a atividade por si só é poluidora quando usa qualquer agrotóxico. Para se ter uma idéia, na aplicação de agrotóxico numa área de cem hectares, outra área de mesmo tamanho ou mais, no entorno, é sobrevoada pelo avião agrícola. O recolhimento das embalagens dos agrotóxicos é tido como a solução do problema. Este é o lado fácil da questão. Resolve-se o problema de um por cento de agrotóxico que fica como resíduo nas embalagens e esquece-se dos noventa e nove por cento que são jogados no ambiente nas aplicações. Só nas aplicações aéreas, estima-se que um quarto do produto não cai na área alvo, mesmo em condições meteorológicas normais. As gotas finas são levadas a centenas de metros ou a quilômetros de distância. Mas a mentira propalada pelo setor da aviação agrícola é endossada por certas autoridades que alegam fiscalização rigorosa. No caso específico do Gamit, a registrante FMC alegou que o problema era de mau uso do produto. No entanto, a própria empresa patrocinou um painel junto com uma revendedora local, sugerindo o uso de Permit na semente de arroz, que fica mais resistente a doses maiores de Gamit. Essas doses maiores estão em desacordo com aquelas autorizadas pelo próprio MAPA e publicadas no site oficial AGROFIT. Isso mostra que não há nenhuma fiscalização eficiente e o MPF recebeu esta e outras denúncias no expediente enviado pela ASPAN. A entidade, ao encaminhar expediente ao MPF, entendia que seria possível uma vistoria na região, por parte do IBAMA e do MAPA. No campo poderiam ser checados os efeitos das derivas de herbicidas sobre a flora. Para o desapontamento dos associados, parece que nada mudou. O MPF declinou da questão alegando problemas operacionais e enviou a matéria à alçada do MPE.

Diante do exposto, faz sentido que os associados da ASPAN, a maioria pessoas simples que lutam pela própria sobrevivência, sintam-se decepcionados com a burocracia do Estado, esta sim a maior responsável pela degradação ambiental. A falta de vontade política nessa área não é de hoje. A legislação conquistada por gerações de ambientalistas é aplicada quando convém. Mas nem por isso a ASPAN deixará de atuar na conscientização da sociedade e de apontar alternativas sustentáveis de desenvolvimento. Parte dessa história e dessas ações Vossa Excelência poderá conferir nos blogs http://darcibergmann.blogspot.com e http://aspanrs.blogspot.com

Atenciosamente.

Darci Bergmann

Presidente


Excelentíssimo Procurador da República Dr. Ivan Cláudio Marx

Ministério Público Federal

Rua 15 de Novembro, nº 1998, Uruguaiana-RS

sábado, 10 de abril de 2010

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Em conformidade com os estatutos da Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural, convoco os associados para uma reunião de assembléia geral extraordinária a realizar-se em data de 08 de maio de 2010, com início as 14h em primeira chamada com a maioria simples de associados.
As 14h 30min. em segunda chamada, com qualquer número de associados com a seguinte ordem do dia:
1) Prestação de contas da diretoria;
2) Eleição dos membros dos conselhos superior e fiscal com os respectivos suplentes.
São Borja, 10 de Abril de 2010
Darci Bergmann
Presidente